segunda-feira, 23 de julho de 2007

Uma Mente Criminosa


Um beijo de amor



Nunca tive o amor que mereço,
Se não mereço, nem o tive mesmo assim,
Peço a todos que não tirem meu direito
De reinvidicá-lo seja eu mesmo tão ruim

Queria um beijo, um afago de mãe,
Daqueles que me mostro sempre a fim,
Mas seria eu bem quieto se não tivesse,
Pois não é do meu eu pedir assim

Mãe, se não me deste o que mereço,
Por que me pedes, se não deste tanto assim?
Vejo em ti o beijo que desejo,
A mão, o afago da tua palma sobre mim

E se nunca recebi aquele beijo,
Me vejo triste, ao me tocares pois não sei
Se o terei, ou a vontade de tê-lo agora,
Me tornará um triste, forte, talvez rei. (Thiago Rangel)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Descaso ao Acaso


Defunctus

Tantos são os homens,
Poucos os vêem com os olhos,
Realidade atroz mede a displicência,
Regulada, inexata, pobre eminência.
Estão todos lá, olhem!
Mas nunca os olham,
Não há mais sorrisos,
Apenas riscos!
De uma vida que se foi,
Sem que a vissem indo!
E se formou daí mais uma injustiça terrena. (Thiago Rangel)


Esse pequeno poema tem uns 2 anos...e não tinha visto uma hora tão ideal quanto essa para mostrá-lo...


obrigado.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Acordando de um Sonho Americano


Aurora

Acordei, levantei, dei três passos à porta,
Olhem amigos, está minha infância indo embora,
Nem ao menos um aviso, nada,
Fugindo de minhas memórias, ingrata.
Sinto-me outro desde então,
As lágrimas nesse momento também abandonaram-me,
Pareciam correr atrás da minha infância
Ao lembrar que sempre estiveram por perto,
A um choro ou um riso,
Escapulido ao imprevisto,
Atravessava a porta reluzente um novo eu
Entitulava-se maturidade,
Seguindo as lágrimas, corri
Atrás da minha infância, e consegui
Dela um último beijo de saudade. (Thiago RangeL)



Enfim, tudo passa.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

A Escuridão Interior



..."é necessário o momento que estamos todos inertes, pensantes, onde colocamos à prova todos aqueles sentimentos de repúdio onde confirmamos que tudo aqui é passageiro, que estamos muito além de "nada"...







Viagem ao Sepulcro


Vejo-me a beirar últimos dias de vida
Dela nada levo muito
Uns amigos,mágoas e um amor profundo,
Tão profundo quanto meu sepulcro,
Sepulcro imundo,
Mais limpo que minha honra, ao menos
Serenos vinte e poucos anos
Destes que passam a um susto
Lembro-me quando criança, ao brincar
Levava pureza aos olhos e beleza no coração
Mas a fruta apodrece, dizia meu pai,
Às vezes nem chega a amadurecer
Ele tinha razão,
O fruto da vida secou, tardou à amadurecer,
E ao morrer?
Tentarei levar coisas bonitas que vivi
Pessoas interessantes que conheci
Ao chegar ou partir
Partirei sem deixar mágoas,
Uma viagem longa, eu espero
Mas não te perturbes, se mesmo meu coração
Podre fez que gostasses de mim, mandarei cartas...
Daquelas bonitas, felizes...por deixar esse mundo
De quem vive, e viver a morte quão feliz descansa
O morador de um túmulo, sempre a sorrir. (Thiago Rangel)






aos visitantes, frequentantes, amigos ou até mesmo filantropos,

obrigado.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Prólogo


O Visionário

Éramos dois
Sentados numa sala escura e úmida
Não era comum estarmos ali
Um cigarro defumava-me a cabeça
Tentava escrever uma carta de amor,
Única, que demonstrasse o que significava tal sentimento
Ela me olhava, sutilmente distraída
Pela chama que ardia ao fornecer-me luz
Nunca pensei em estar acompanhado naquele momento,
Ouvia barulho de coisas caindo, choros e gritos
Mas eu não podia deter-me, faltava pouco
A pena vinha à mão esquerda e gritava ao papel
Que estaríamos mortos em algumas horas
Ela nem imaginava que as horas ja tinham passado
Assisti minha queda e da minha companhia, mas ainda consciente
Voltei a escrever e enfim terminei meu testemunho,
Morri tentando alertar-te sobre o amor enquanto ele foi a causa
Do meu perecer, guardei minha carta em um bolso sujo do meu paletó,
Um homem me estendeu a mão e disse:
Vamos gabriel, você terminou seu destino,
Criei asas e voei. (Thiago RaNGeL)





Sempre escrevi, por muito tempo não dava valor e perdi meus poemas, não diria que existem prediletos mas o misticismo me faz acreditar que cada um de nós é movido por algo que, às vezes, nos leva a lugares distantes e até nos afeta mostrando-nos, o que há para dizer àquele momento.


obrigado.